- Workshop em Iquitos reuniu 55 participantes diversos para enfrentar os desafios enfrentados pela fauna amazônica.
- As principais atividades incluíram a criação de Mapas da Vida Selvagem e estratégias para combater o tráfico ilegal de animais.
- O evento forjou alianças para criar um impacto duradouro na conservação da biodiversidade amazônica.
Nos dias 3 e 4 de julho, a cidade de Iquitos, no Peru, sediou um evento dedicado à proteção da vida selvagem amazônica. Organizado pela Rainforest Foundation US, pela Organização Regional dos Povos Indígenas do Leste (ORPIO) e pela Organização Regional AIDESEP Ucayali (ORAU), e com apoio financeiro da Embaixada dos EUA no Peru e do World Resources Institute (WRI), o evento reuniu um grupo diversificado de 55 participantes.
Os TechCamps são uma forma única de workshop apoiado pelo Departamento de Estado dos EUA, que apoia a inovação e a colaboração para enfrentar desafios globais em todo o mundo. A RFUS tem usado este modelo para reunir especialistas científicos, sociedade civil e organizações indígenas para enfrentar os desafios sociais e ambientais na floresta amazônica desde 2019. O Techcamp de julho se concentrou no desenvolvimento de estratégias concretas destinadas a proteger a vida selvagem e a biodiversidade em toda a bacia amazônica.
“A vida selvagem é nosso meio de subsistência e também de resistência.” – Apu Jamer López Agustín, Presidente da ORAU
O evento foi estruturado em cinco seções. Na primeira, os participantes aproveitaram seu amplo conhecimento e criaram Mapas da vida selvagemidentificando áreas críticas de extração, coleta e tráfico ilegal de animais. Estes mapas forneceram uma visão clara dos desafios e serviram como ferramentas essenciais para a construção de estratégias de proteção e formação de alianças fortes.
Em outra seção, os participantes foram organizados em diferentes Malocas—um termo pan-amazônico para uma casa redonda onde são realizados eventos comunitários. Cada Maloca proporcionou espaço para reflexão sobre as questões territoriais que afetam os povos indígenas, especialmente no que diz respeito ao tráfico de fauna e flora. Estas discussões contribuíram para desmantelar preconceitos e promover uma melhor compreensão do papel crucial que os centros de resgate e as organizações indígenas desempenham na proteção da vida selvagem.
Mais tarde, durante o Casas Comunais de Transformação Durante a atividade, os participantes compartilharam práticas e estratégias inovadoras que promovem a convivência com a vida selvagem local e combatem o tráfico ilegal. Esta troca de conhecimentos destacou a importância de envolver os povos indígenas na proteção da biodiversidade e na criação de soluções inclusivas e criativas.
Além disso, os participantes participaram de uma atividade durante a qual identificaram problemas e possíveis soluções e elaboraram acordos para solucionar lacunas específicas dentro de cada instituição.
O workshop de dois dias culminou na criação de um Mapa de Colaboração. Destacou áreas-chave onde os esforços de cooperação foram mais eficazes e onde necessitavam de maiores melhorias, para garantir que qualquer estratégia resultante do evento seja tangível e impactante.
“Este TechCamp foi um encontro crucial para os nossos parceiros, pois nos permitiu não apenas compartilhar e desenvolver estratégias inovadoras para a proteção da vida selvagem, mas também fortalecer os laços entre comunidades indígenas, fornecedores de tecnologia e organizações conservacionistas. Juntos, estamos construindo uma frente unida para salvaguardar a biodiversidade da Amazônia e garantir que esses esforços tenham um impacto duradouro no terreno”, disse Gina Ruiz-Caro Rothgiesser, Diretora da Amazônia Ocidental dos EUA da Rainforest Foundation.
Espera-se que as alianças estratégicas forjadas tenham um impacto significativo e duradouro na proteção da biodiversidade amazônica. Com a participação ativa de organizações como HENDATA, EarthRanger, CREA, Amazon Shelter, Esperanza Verde, FCDS, Panthera, WCS, One Planet – e com o apoio da USAID e da Embaixada dos EUA no Peru – o evento proporcionou um espaço para colaboração regional como nenhum outro, ao mesmo tempo que contribui para os esforços globais para proteger uma das regiões com maior biodiversidade do mundo.