O prefeito de Tapauá (AM), Gamaliel Andrade, agindo em resposta à crise, decretou estado de alerta no município. E buscará apoio e recursos adicionais das autoridades estaduais e federais para lidar com a situação desafiadora
O número de municípios em situação de emergência devido à estiagem no Amazonas aumentou para 15, de acordo com um levantamento realizado pela Defesa Civil do estado. Cerca de 111 mil pessoas estão sendo afetadas por essa situação.
O município de Tapauá, distante 449 quilômetros de Manaus, já sofre os impactos da estiagem deste ano e a as equipes da enfrentam diariamente desafios na assistência às comunidade mais isoladas.
Localizado na região do Médio Purus, o município de Tapauá já sofre uma das maiores secas dos últimos 15 anos, e as comunidades locais estão enfrentando sérias dificuldades para acessar cuidados médicos e suprimentos essenciais. A única forma de locomoção para as comunidades isoladas é a canoa ou lancha pequena, mas, devido ao baixo nível de água, essas embarcações já não conseguem mais trafegar.
O prefeito municipal Gamaliel Andrade tem se desdobrado para atender demandas de toda ordem e conta com pouco recurso ou quase nada para, sozinho, enfrentar os problemas que se descortinam diariamente e tendem a piorar. ” As comunidades locais estão vivenciando um isolamento cada vez mais acentuado, à medida que o acesso a serviços médicos e suprimentos básicos se torna cada vez mais difícil. A defesa civil e as equipes de saúde e assistência social continuam mobilizadas, enfrentando adversidades para alcançar essas comunidades, mas precisamos de ajuda”, disse o prefeito.
CIDADES AFETADAS NO AMAZONAS
As cidades afetadas estão localizadas nas calhas dos rios Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões, que foram as mais atingidas pela baixa das águas. Além disso, outros 40 municípios estão em estado de alerta e cinco em estado de atenção.
Segundo a Defesa Civil, o fenômeno climático El Niño está influenciando a estiagem deste ano, inibindo a formação de nuvens de chuva e prolongando a seca. A estimativa é que até dezembro, aproximadamente quinhentas mil pessoas sejam afetadas pelos efeitos da estiagem no Amazonas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), além do El Niño, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte também contribui para a redução das chuvas na região. Esse clima mais quente dificulta a formação de nuvens de chuva.
O governo do Amazonas adotou medidas para apoiar as famílias afetadas, principalmente nos setores de saúde e abastecimento de água. Além disso, estão sendo distribuídas cestas básicas, kits de higiene pessoal e está sendo feita a renegociação de dívidas e fomento para os produtores rurais.
Na última terça-feira (26), o governo federal anunciou a criação de uma força-tarefa para reforçar as ações do governo estadual no enfrentamento dos impactos da estiagem no Amazonas.
Serão enviados itens como cestas básicas e água, além do combate ao desmatamento e aos incêndios na região sul do estado. Também haverá maior apoio logístico para as cidades mais afetadas, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.
Um boletim divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que já estão sendo observadas chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A previsão climática para os próximos meses indica uma maior probabilidade de chuvas abaixo do normal nessas regiões.
BACIA DO RIO PURUS
Devido as consequências da vazante da bacia do Purus, intensificadas pelo fenômeno “ELNIÑO”, o Estado de Alerta no município de Tapauá visa preparar o governo local para enfrentar e responder a situações de emergência iminente que possam ocorrer na área municipal.
Para isso, equipes da defesa civil municipal já estão fazendo levantamento da situação em comunidades que sofrem com a estiagem, novas equipes serão enviadas para outras localidades.
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