Operação deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo no âmbito da investigação da execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, teve como um dos alvos o subsecretário de Gestão de Tecnologia da Prefeitura de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini. As informações são do jornal O Globo.
Deflagrada na segunda-feira (29), a ofensiva cumpriu nove mandados de busca e apreensão nos municípios de Praia Grande, Santos e São Vicente, no litoral paulista. O objetivo da ação foi recolher evidências sobre eventuais irregularidades em contratos com a prefeitura, onde Ruy Fontes era secretário de Administração.
No endereço de Pardini, foram apreendidos celulares, computadores, documentos e anotações que indicavam relações entre valores e nomes, além de quantias em real e dólar que somam cerca de R$ 100 mil. Na tarde de segunda, o subsecretário prestou depoimento na condição de testemunha.
O que diz a defesa?
A defesa de Pardini afirmou, em nota, que os itens apreendidos estão em fase de análise e que o subsecretário nega qualquer participação, seja direta ou indireta, no crime em investigação.
“Destacamos que os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro”, diz nota assinada pelos advogados Octávio Rolim, Patrícia Britto e Beatriz Mâncio.
Também em nota, a Prefeitura de Praia Grande afirmou que Pardini segue coordenando interinamente a pasta e que não há nenhuma medida administrativa em curso relacionada ao caso. “A Administração Municipal não recebeu qualquer comunicação oficial sobre buscas e apreensões relacionadas à operação mencionada, mas reforça que permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz a prefeitura.
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O que se sabe sobre o caso?
Ruy Ferraz Pontes foi assassinado a tiros após sair do trabalho na prefeitura de Praia Grande, no dia 15 de setembro. O crime aconteceu após o ex-delegado ser perseguido por uma SUV preta, bater em dois ônibus e capotar no meio da pista. Os criminosos, logo depois, desceram do veículo e atiraram em Ruy.
Segundo o sistema de segurança da Prefeitura, a vítima era monitorada há mais de um mês pelos criminosos. Imagens das câmeras de segurança espalhadas pela cidade conseguiram identificar um dos carros utilizados para fuga após a execução, que vinha circulando pelas ruas da Cidade durante os dias de semana.
As motivações para o crime continuam sendo investigadas, mas o Polícia trabalha com duas possibilidades. Na primeira, o atentado teria relação com o atual cargo de Ruy na Secretaria Municipal de Administração de Praia Grande. Na segunda, a principal razão seria uma vingança armada pelo PCC para eliminar um antigo desafeto.
Quatro pessoas já foram presas suspeitas de participação no crime. Os suspeitos identificados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) são:
- Felipe Avelino da Silva, conhecido como “Mascherano” — foragido; teve DNA encontrado em um dos carros usados no crime.
- Flávio Henrique Ferreira de Souza — foragido; também teve DNA identificado em outro veículo.
- Luiz Antonio Rodrigues de Miranda — procurado; suspeito de ter ordenado que uma mulher buscasse um dos fuzis usados na execução.
- Dahesly Oliveira Pires — presa; apontada como a mulher que buscou a arma.
- Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão — preso; acusado de atuar na logística, incluindo dar carona para um dos criminosos após o assassinato.
- Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar” — entregou-se à polícia em São Vicente e está preso.
- Willian Silva Marques, 36 anos — dono do imóvel que teria sido usado pela quadrilha. Está preso.