- O desmatamento na Amazônia brasileira permanece perto do menor nível em seis anos, com 561 quilômetros quadrados desmatados em setembro, um declínio de 30% em relação ao ano anterior.
- Os incêndios na Amazônia aumentaram dramaticamente, com um aumento de 18 vezes na área afetada pelos incêndios, de 4.700 para 39.983 quilômetros quadrados, impulsionados por uma seca histórica.
- Os focos de incêndio detectados por satélite na Amazônia aumentaram 70%, passando para 145.357 em comparação com 85.670 no ano anterior.
- Os cientistas alertam que a desflorestação, a degradação florestal e as alterações climáticas podem desestabilizar a Amazónia, afetando os padrões de precipitação e a biodiversidade em toda a América do Sul.
A taxa de desmatamento na Amazônia brasileira permaneceu perto do nível mais baixo em seis anos, apesar do aumento no número de incêndios na maior floresta tropical da Terra, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, INPE.
O sistema de alerta de desmatamento do INPE (DETER) informou que 561 quilômetros quadrados foram desmatados em setembro, elevando o total de 12 meses para 4.191 quilômetros quadrados – uma área equivalente a quase 600 mil campos de futebol. Isto representa um declínio de 30% em relação aos 6.029 quilómetros quadrados registados no mesmo período do ano passado.
Embora o desmatamento tenha diminuído significativamente, a área afetada pelos incêndios na Amazônia brasileira aumentou quase 18 vezes, de 4.700 quilômetros quadrados para 39.983 quilômetros quadrados, à medida que os incêndios devastavam regiões atingidas por uma seca histórica. O número de focos de incêndio detectados por satélite aumentou para 145.357, um aumento de 70% em relação aos 85.670 no mesmo período do ano passado.
Os incêndios estão generalizados em toda a América do Sul este ano, causando poluição do ar e impactos na saúde. No Brasil, os incêndios fora da Amazônia têm sido particularmente graves no Pantanal e no Cerrado.
Os cientistas alertaram que a combinação de desflorestação, degradação florestal e alterações climáticas poderia desestabilizar a floresta amazónica, levando à extinção generalizada de árvores nas regiões sul e leste. Isto afectaria os padrões de precipitação à escala continental e desencadearia um declínio acentuado nas espécies dependentes do ecossistema da floresta tropical.
Espera-se que o governo brasileiro divulgue um número oficial preliminar de desmatamento para o ano que termina em 31 de julho no final de 2024. O Brasil acompanha o desmatamento neste cronograma porque a cobertura de nuvens é normalmente mínima por volta de julho, facilitando comparações ano a ano.