Mais da metade dos 121 mortos durante operação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, na terça-feira (28), foram identificados, até o início da tarde desta quinta-feira (30). A informação foi confirmada pelo jornal Estadão.
Em força-tarefa montada pelo governo do Rio de Janeiro, no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, os corpos estão sendo necropsiados. Segundo a apuração, o local está sendo utilizado apenas para o atendimento dos mortos da Operação Contenção.
O acesso ao IML foi limitado, informou a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). Podem acessar o instituto a corporação e o Ministério Publico. A informação foi compartilhada pela CNN Brasil.
Na tarde desta quinta, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar os exames nos corpos dos mortos.
Impedida de acessar a sala da perícia e a necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), a Defensoria Pública e familiares dos mortos temem a falta de transparência e fiscalização dos procedimentos.
Nesta quinta-feira (30), a entrada dos agentes foi autorizada apenas para o pátio e outras áreas do prédio, não sendo permitido acompanhar os exames.
A Defensoria informou que instalou uma van no pátio do IML para oferecer apoio jurídico e psicológico às famílias que aguardam a liberação dos corpos.
Veja também
Estrutura provisória da Defensoria Pública
As equipes da Defensoria Pública instalaram uma estrutura provisória entre o Complexo da Penha e o Hospital Getúlio Vargas.
A informação foi confirmada pela defensora Mirela Assad, que coordena a atuação com mais de 40 funcionários e afirma que essa ação é para que nenhum familiar fique sem orientação ou suporte jurídico.
O atendimento vai continuar nos próximos dias, já que o resgate de corpos ainda está em andamento.
A Defensoria informou que também enviou um ofício à chefia da Polícia Militar, solicitando as imagens das câmeras de segurança corporais e a identificação dos agentes que participaram da “Operação Contenção”, para garantir a preservação das provas.
Sobre a megaoperação
Um balanço parcial desta quarta-feira (29) fala em 121 mortes. O número inicial, na terça-feira (28), era de 64 mortes, sendo 60 suspeitos e 4 policiais.
Enquanto o Governo do Estado do Rio de Janeiro trata a “Operação Contenção” como a maior da área de segurança dos últimos 15 anos, movimentos sociais falam em ação mais violenta da história do Estado.
Na rede social X, antigo Twitter, o GovRJ apresentou o balanço completo da operação, que representou, segundo o Executivo, o “maior baque que a facção já tomou em toda a sua história”.
“Uma investigação de 1 ano envolvendo todas as polícias do RJ. O foco da operação foi retirar o confronto da comunidade e levá-lo para a área de mata, protegendo a população e reduzindo os efeitos colaterais”, informou a publicação.
O governo do Rio afirmou ainda que foram mais de 60 dias de planejamento com inteligência, levantamentos, mapas e distribuição tática das tropas. Que todos os policiais estavam com câmeras corporais e que “o cenário encontrado foi o previsto”.
Balanço de prisões e apreensões
- 113 presos (33 de outros estados);
- 10 adolescentes detidos;
- 118 armas apreendidas, sedo: 91 fuzis, 29 pistolas e 14 artefatos explosivos;
- Mais de 1 tonelada de drogas apreendidas.









