Brasília (20/12/2024) – Projetos destinados à vida silvestre receberão R$ 250 milhões como parte do plano de recuperação ambiental pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em 2015. Os recursos serão direcionados à conservação da fauna terrestre e marinha, principalmente em Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e no Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz (REVIS), situado no Espírito Santo.
Os projetos preveem a restruturação dos Cetas de Juiz de Fora e de Montes Claros, em Minas Gerais, além da construção, do aparelhamento e da manutenção operacional de novas unidades em Nova Lima (MG) e em Serra (ES). O acordo permitirá, também, a revitalização da rede Cetas em outras localidades e a contratação de serviços de apoio às áreas de soltura de animais silvestres. Para essas ações, a verba será de R$ 210 milhões.
Gerida pelo Ibama, a rede Cetas recebe animais silvestres por entrega voluntária, resgate ou procedentes de apreensão de fiscalização. Os Centros são responsáveis por recuperar os espécimes e destiná-los por meio de soltura no respectivo habitat ou encaminhamento para criadouros devidamente autorizados.
“É uma satisfação assinar um acordo sólido, feito de forma integrada e que deixará um legado para a estrutura dos Cetas, beneficiando uma região com uma biodiversidade tão singular, que contempla tantas espécies ameaçadas”, declara o presidente o Ibama, Rodrigo Agostinho. “Esse ato complementa uma série de estratégias destinadas à preservação de nossa fauna.”
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também será beneficiado, com R$ 40 milhões, a serem empregados no Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz, na região de Aracruz (ES). Com 177 quilômetros quadrados, essa Unidade de Conservação (UC) visa a proteger integralmente o bioma marinho costeiro, em particular os fundos colonizados por algas e outras comunidades bentônicas. O REVIS faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, a maior em área florestada do planeta, declarada pela Unesco.
Os documentos que viabilizarão a execução dos projetos foram assinados por representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), da Fundação Renova e da mineradora Samarco. O evento ocorreu em 18 de dezembro, em um auditório da sede do Ibama, em Brasília (DF).
Sobre o desastre de Mariana
Considerado o maior desastre socioambiental do país no setor de mineração, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana (MG); ocorreu em 5 de novembro de 2015, causando 19 mortes e o lançamento de cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente.
Os poluentes ultrapassaram a barragem de Santarém, percorrendo 55 quilômetros no Rio Gualaxo do Norte até o Rio do Carmo e outros 22 km até o Rio Doce. A onda de rejeitos deixou um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo, percorrendo 663,2 km de cursos d’água e abrangendo 1.469 hectares, inclusive Áreas de Preservação Permanente (APPs), além de ter gerado impactos socioeconômicos em todas as localidades afetadas.
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