Em meio à crise na segurança pública do Rio de Janeiro, após a Operação Contenção, o governador Cláudio Castro anunciou nesta quarta-feira (29) a criação de um escritório especial de enfrentamento ao crime organizado, em parceria com o governo federal.
“Tivemos um diálogo importante. Daqui saiu uma proposta concreta: a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado”, afirmou o governador.
Segundo Castro, o novo órgão será coordenado conjuntamente por representantes do governo estadual e federal, com a participação de efetivos da Polícia Federal, da Força Nacional e das forças de segurança do Rio.
“A ideia é que nossas ações sejam 100% integradas a partir de agora, inclusive para vencermos possíveis burocracias. Vamos integrar inteligências, respeitar as competências de cada órgão, mas pensando em derrubar barreiras para, de fato, fazer segurança pública”, completou.
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Apoio federal e reforço no efetivo
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a União vai reforçar as investigações e operações no estado, oferecendo suporte técnico e humano dentro dos limites constitucionais.
“Colocamos à disposição do governador e das autoridades de segurança peritos criminais, médicos legistas, odontólogos e especialistas da Força Nacional e de outros estados. Também temos bancos de dados de DNA e balística que estão à disposição do governo do Rio”, disse o ministro.
Lewandowski informou que o governo federal já aumentou em 50 agentes o efetivo da Polícia Federal no entorno da capital e deve enviar outro grupo de tamanho equivalente nos próximos dias.
“Claro que temos um número relativamente pequeno para patrulhar todo o território, mas, nesta situação de emergência, vamos ampliar. Também vamos aumentar, dentro do possível, o número de integrantes da Força Nacional”, destacou.
O ministro ressaltou que, mesmo diante das limitações orçamentárias, o governo federal fará o possível para apoiar o estado.
“O governador solicita, nós estimamos os números disponíveis e autorizamos o deslocamento dessas forças”, explicou.
Posição sobre o uso da GLO
Questionado sobre um possível pedido de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — que permitiria o uso das Forças Armadas na segurança pública —, Cláudio Castro negou essa intenção.
“Não quero ninguém fazendo o meu trabalho”, declarou.
Segundo ele, a menção à GLO se restringiu apenas ao uso de blindados do Exército para auxiliar na remoção de barricadas erguidas por facções criminosas e que dificultam a entrada das forças policiais em comunidades controladas pelo tráfico.









