Pucallpa, 25 de setembro de 2024 – Durante os dias 4 e 5 de setembro, cerca de 70 participantes, dos quais 50 são líderes indígenas de diversas regiões da Amazônia peruana e do Equador, reuniram-se em Pucallpa (Ucayali) para refletir e gerar propostas contra as múltiplas ameaças que afetam seus territórios e direitos.
Convocado pela Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana (AIDESEP) e pela Organização Regional AIDESEP Ucayali (ORAU), por meio do Programa Mulher, este espaço teve como foco a troca de experiências, a promoção de alianças e a criação de estratégias para a defesa de suas comunidades, territórios e vidas.
O evento foi um espaço fundamental para o diálogo entre os líderes e seus aliados. Teresita Antazú López, membro do Conselho de Administração e chefe do Programa para Mulheres AIDESEP, e Judith Nunta Guimarães, chefe do Programa para Mulheres ORAU, com o apoio da equipe dos EUA da Rainforest Foundation no Peru, lideraram o Tech Camp, intitulado “Indígena Mulheres, Cuidado e Resistência”, que se tornou uma plataforma de empoderamento coletivo.
“Esses tipos de espaços são importantes para as mulheres indígenas. Antes as coisas eram diferentes e não havia participação, mas agora as coisas estão mudando e na AIDESEP estamos trabalhando para isso”, disse Antazú e também reconheceu todos os participantes pelo Dia da Mulher Indígena, que coincidiu com o evento.
Para Janet Velasco Castillo, representante da Associação Regional dos Povos Indígenas da Selva Central (ARPI SC), este evento foi fundamental para fortalecer o trabalho em equipe e a criação de estratégias conjuntas. “Este encontro de mulheres, para mim, é importante para trabalharmos em equipe, ouvirmos as experiências de cada povo e assim continuarmos fortalecendo nossas capacidades. Precisamos compartilhar e contar nossas histórias para encontrar a estratégia que nos permita defender nossos territórios e nos fortalecer como mulheres”, afirmou.
Este espaço permitiu aos líderes partilharem as suas experiências e desafios na defesa dos seus territórios, bem como a sua importância para eles. “Por defenderem os territórios, nossos irmãos são tombados (mortos). Mas não há justiça e não estou feliz com isso. Somos ameaçados por invasores, exploração madeireira, mineração e tráfico de drogas. A grande questão é o que fazemos a respeito”, disse Francisca García Silva, líder Shipibo da Federação das Comunidades Indígenas do Distrito Padre Márquez (FECIDPAM), enfatizando a luta constante contra as ameaças em suas terras.
Por sua vez, Amalia Añez, da Federação Indígena do Rio Madre de Dios e Afluentes (FENAMAD), destacou a mudança positiva que esses espaços de encontro estão gerando na participação das mulheres indígenas. “Antes tínhamos vergonha de falar, mas agora todos queremos falar. Isso é um prazer para todos os líderes, de todas as comunidades. “Faremos algo grandioso pelas nossas comunidades”, disse ela.
“Valemos muito porque pensamos que eles simplesmente não nos dão espaço. “Vemos a floresta como um ser vivo que cresce”, disse Stany López, líder do povo Asháninka e membro da Associação de Comunidades Nativas para o Desenvolvimento Integral de Yurúa Yono Sharakoiai (ACONADIYSH), destacando a profunda ligação das mulheres indígenas com o território.
Este encontro, que contou com a participação de aliados da cooperação internacional, da academia, da sociedade civil e da mídia, representou um passo importante para a consolidação de alianças estratégicas e espaços de decisão onde as mulheres indígenas desempenham um papel central na defesa de seus territórios. e culturas. Além disso, possibilitou gerar ações contra a defesa territorial e fortalecer estratégias de cuidado a elas e às gerações futuras com a criação de redes de mulheres amazônicas para o cuidado.
O Tech Camp foi coorganizado pela AIDESEP, ORAU, Embaixada dos Estados Unidos, Rainforest Foundation US, com apoio técnico da Re:Wild, Fundação para Conservação e Desenvolvimento Sustentável (FCDS Peru) e ASL do Banco Mundial.
Para ver fotos do evento, visite esta pasta.
Sobre acampamentos tecnológicos
Os Tech Camps são uma forma única de evento de alto nível apoiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, promovendo inovação e colaboração para enfrentar desafios globais em todo o mundo. A Rainforest Foundation US tem usado este modelo para reunir especialistas científicos, organizações da sociedade civil e organizações indígenas para enfrentar os desafios sociais e ambientais na floresta amazônica desde 2019.
Sobre as organizações
AIDESEP – Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana É a principal organização indígena da Amazônia peruana. Fundada em 1980, representa mais de 2.200 comunidades indígenas através de 9 organizações regionais. Sua missão é promover os direitos territoriais, sociais, culturais e políticos dos povos indígenas amazônicos, além de defender a conservação de seus territórios e a autodeterminação de suas comunidades.
ORAU (Organização Regional AIDESEP Ucayali) é uma das organizações regionais da AIDESEP, que representa as comunidades indígenas da região de Ucayali. A ORAU trabalha para defender os direitos dos povos indígenas, proteger os seus territórios ancestrais e promover políticas que favoreçam o seu desenvolvimento sustentável, com especial ênfase na participação das mulheres indígenas através do seu Programa Mulher.
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