A bancada da região Norte, composta por 65 deputados, conseguiu sensibilizar o ministério da educação e o FNDE
O governo federal deu um passo importante no reconhecimento das especificidades da Amazônia ao implementar parte do conceito de Custo Amazônico, defendido pelo deputado federal Sidney Leite (PSD-AM). Na última quarta-feira (4), o Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) anunciaram um aumento de 50% no repasse para o transporte escolar fluvial na região Norte, uma ação que visa corrigir desigualdades regionais. O pagamento será retroativo a janeiro deste ano, totalizando um aporte de R$ 32 milhões.
A medida atende a um pedido antigo dos representantes da região, que têm insistido na necessidade de considerar as condições específicas da Amazônia na formulação de políticas públicas. “Essa conquista reflete o esforço conjunto e a importância de dialogar com o governo federal sobre os desafios que enfrentamos. O transporte fluvial é essencial para garantir que nossos estudantes possam acessar a escola, mesmo nas áreas mais remotas”, destacou o deputado Sidney Leite.
Investimento para superar barreiras logísticas
O transporte escolar fluvial representa um dos maiores desafios para a educação na Amazônia, onde rios e igarapés substituem as estradas. “Investir na educação é reconhecer as particularidades de cada região. O custo amazônico é uma ferramenta essencial para avançarmos com políticas que dialoguem com a realidade do Norte”, afirmou Sidney.
O parlamentar também ressaltou que a medida não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia para garantir desenvolvimento sustentável. “Ao melhorar as condições de acesso à escola, estamos investindo no futuro de milhares de jovens que, até hoje, enfrentam dificuldades diárias para estudar”, completou.
Mudança de perspectiva nas políticas públicas
O ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou que a medida marca uma nova fase no planejamento das políticas educacionais, com atenção às diversidades regionais. “Estamos comprometidos em garantir uma educação de qualidade para todos, adaptando os programas às necessidades de cada localidade. A Amazônia tem características únicas, e essa ação demonstra nosso compromisso com seus estudantes”, declarou.
Além do transporte, o MEC está analisando ajustes em outras áreas, como alimentação escolar e obras de infraestrutura, que também têm sido afetadas por desafios climáticos e logísticos.

Foco na equidade regional
Atualmente, os repasses do governo federal são uniformes, sem considerar as condições geográficas. O reajuste anunciado corrige essa desigualdade ao adotar uma abordagem diferenciada para a região Norte, que inclui desafios como distâncias extensas, custos elevados e dificuldades de acesso.
“Essa decisão representa um avanço significativo para nossa região. A Amazônia precisa de políticas públicas que levem em conta suas peculiaridades, e essa medida é apenas o início. Continuaremos trabalhando para ampliar os benefícios para outras áreas essenciais”, afirmou Sidney Leite.
A iniciativa é vista como um marco no fortalecimento da equidade nas políticas públicas, garantindo que a diversidade brasileira seja considerada na construção de soluções para o futuro do país.
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