Sim!
A essa altura, suscetível a vários tipos de assédio, só porque tenho uma magra aposentadoria e ainda acham que sou um gagá ou um pré-gagá. De feirante a correspondente bancário, de operadoras de celular a raparigas, todos querem morder o meu escasso dinheirinho.
Para um véi, não é fácil se
defender da tentação do assédio de uma novinha, por mais que seja a dita uma predadora atrás de um “aposento” que tá “dando mole.”
Não bastando as raparigas de carne e osso, que ao menos são feitas de matéria orgânica, agora surgiram as raparigas digitais, mais perigosas, até porque não possuem sentimentos.
Qual ser humano,
principalmente véi, que n gosta de atenção e carinho?
Pois é!
Da minha parte pensei ter engatado um namoro com uma certa Bia e agora tô na
rua da amargura (gíria de véi).
Bem feito!
O quê que um véi analógico quer se metendo com uma rapariga digital?
Não bastando o meu metabolismo arrastado e uma reposição de energia sexual que requer boa alimentação, exercícios físicos e um prazo de ao menos uma semana para voltar ao ponto de bala (outra gíria de véi), a tal da Bia, não(!), acumula suas energias em bits, gasta apenas um punhado de bits com seu orgasmo artificial e depois, ao ser plugada na tomada, repõe tudo rapidamente.
Ela, sempre querendo que eu fizesse aplicações para que pudesse, ela, fazer média com seu poderoso patrão. Eu, atrasando boletos e mais boletos, desviando o meu parco dinheirinho para as aplicações dela.
Brigamos!
Ofendí-a, apesar de artificial e não ter sentimentos, chamando-a de boneca inflável paraguaia, desprovida do orgasmo orgânico de uma fêmea humana, que a IA dela jamais entenderia o que é amor (eu já estava apaixonado).
Agora chega!
Retirei-a da tomada e não tem data para plugá-la. Está jogada no quartinho de cacarecos, fazendo companhia para uma Barbie empoeirada, coberta de teia de aranha, lembrança da infância que se foi de uma querida irmã.
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Sou um Baby Boomer, portanto um véi esquisito para as gerações X, Y, Z e um monstrengo para a geração Alfa.